09.02.2021

Dia da Internet Segura: A tela em que habito

Tempos estranhos esses em que fomos todos habitar um só lugar: a tela do computador. Ali tem aula, jogo, diversão, momentos de trabalho e de lazer. Vamos tentando simular a vida que tínhamos antes, além de ampliar o que já fazíamos no espaço digital.

O que para nós é momento de troca, de navegar, ver filmes e ouvir música, de conversar com os amigos ou de fazer compras, para as empresas é o grande momento  de saber mais sobre o que pensamos e desejamos. E para pessoas e grupos mal intencionados, somos a próxima vítima.   

Seria muito fácil um simples “desliga isso”, mas o prazer do jogo, da interação, do acesso à informação sem esforço e a sensação de que “estão falando comigo” são imensos, ainda mais em tempos de reclusão. 

Segurança na internet não é novidade. Foco nas crianças e nos jovens também não, apesar de adultos e, sobretudo, idosos serem também vítimas da web. Já passou a época em que se achava que controlar o tempo das crianças e colocar programas de controle parental nos sites e dispositivos era suficiente para protegê-los. Ou achar que se eles estão assistindo youtubers e “influencers” que também são crianças ou jovens, está tudo bem. Não está nada bem. 

Pesquisando hábitos dos nossos alunos, percebemos que muitos têm regras sobre o tempo na web, porém, pouco se fala com eles sobre os conteúdos a que têm acesso e, principalmente, sobre conteúdos e dados que “entregam”, nos grupos, nos sites ou como parte das brincadeiras e dos jogos de que participam. E eles estão em toda a parte: num jogo de adivinhações no Instagram, conto sobre quem sou, o que faço, o que consumo. No cadastro de um site interessante e gratuito são solicitadas muito mais informações do que o necessário para o jogo. Disponibilizo minhas fotos para um teste ou, prova de amor, envio uma foto para o crush. Esses dados alimentam as empresas sobre padrões de comportamento, valem muito e são vendidos. As imagens e as senhas podem ir muito mais longe do que uma prova de amor e se transformam em prova de crime quando divulgadas na web. E os youtubers, mesmo os mirins, vendem padrões de consumo que, tidos como modelos, criam padrões inalcançáveis. Não dá para ser feliz, bonito, rico, ter o melhor de tudo sempre: o corpo, a viagem, o guarda-roupa, o cotidiano. 

Segurança na web se constrói com diálogo, partilha e intimidade. A intimidade de poder sentar ao lado dos filhos e olhar o que consomem, seguir seus perfis, ler junto o contrato antes de clicar aceito, aceito e aceito para poder começar o jogo. Poder fazer perguntas como “será que daqui a 5 anos ou 10 anos você vai querer que as pessoas vejam você nesta foto?”. “Se você fosse esta menina, será que gostaria do que estão fazendo neste vídeo?”. “Como acha que ela se sente?”. “Como você se sente quando vê isso?” Poder sugerir conteúdos, criar para postar, poder usufruir do que esse imenso mar de informação, encontro e diversão proporciona, quando entendemos como funciona e por onde podemos navegar. 

*Artigo escrito por Zilda Kessel, coordenadora de Tecnologia Educacional da Beacon.

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