23.06.2020

Atletas contam sobre a trajetória no esporte paralímpico

Para encerrar o Ciclo de Palestras das Atividades Optativas de uma maneira muito especial, a Beacon recebeu os paratletas Alex Gomes Alves e Caio Namias. A conversa teve o objetivo de explicar o conceito do atletismo paralímpico, suas dificuldades e mostrar que é possível superar limitações.

O bate-papo teve início com os depoimentos de Alex sobre sua história e trajetória no esporte. O atleta contou que até os seus 16 anos, andava normalmente e não precisava usar muleta ou cadeira de rodas, mas depois precisou mudar sua vida de um dia para o outro e hoje, acredita que tenha sido para melhor. “A vida é superação. Na época que eu fiquei deficiente, eu via tudo pelo lado negativo e agora eu vejo apenas pelo lado positivo”. No começo sua relação com o esporte não foi fácil, mas depois ela virou uma superação, uma alegria. Ele conta que no início, tinham vários jogadores bons e pensou que não queria ser apenas mais um.

Logo em seguida, Caio contou sobre como foi sua passagem de atleta para professor, desde a categoria de base e em colégios até o esporte de alto rendimento. Ele confessou que o motivo de ter sido cativado e se apaixonado pelo paralimpismo foi as histórias de cada atleta e o modo como cada um se superou. “Foi paixão à primeira vista, quando eu conheci o esporte, logo me apaixonei e pensei que precisava trabalhar com esses caras.”

Ambos explicaram as diferenças nas regras do basquete e do vôlei paralímpico, exaltando que há mais semelhanças do que imaginamos. Alex comentou que a única distinção era que a seleção do time é feita de maneira heterogênea, composta por atletas com diferentes níveis e tipos de deficiência física, e que cada jogador tem uma pontuação diferente de acordo com a sua deficiência, sendo que no total todos os times precisam fazer 14 pontos. Caio complementou contando sobre a rotina e o processo tanto físico quanto mental para a preparação dos atletas para as paralimpíadas. “A ajuda de custo era baixa e não tínhamos auxílio. Era muito difícil no começo, porque todos eles eram amputados e às vezes eles próprios não se sentiam atletas, apenas deficientes.”

Durante a live, Alex compartilhou momentos em que precisou se erguer e seguir em frente, momentos em que teve que refletir sobre sua vida e como o basquete de cadeirante foi uma válvula de escape para ele e que no fim, se tornou uma de suas maiores paixões. “Eu percebi que por mais que a deficiência que a gente tenha, nada é impossível. Quando meus amigos me oferecem ajuda e eu recuso, apenas digo a eles: Hoje você está aqui, mas e amanhã? Precisamos aprender como nos adaptar e nos desenvolver.”, afirma o atleta enfatizando como nossos problemas podem ser mínimos e que para se superar é necessário impor objetivos e metas em nossas vidas.

Quando questionado sobre os jogos paralímpicos, Caio enaltece o Brasil como uma potência paralímpica e nosso centro de treinamento como referência mundial. Ele conta que a competição é como a realização de um sonho. “Você acorda, almoça e janta respirando esporte. Você consegue ter acesso e trocas com pessoas do mundo inteiro.” Porém, declara que o esporte no Brasil é muito difícil, que precisam ser guerreiros além de atletas. Os patrocínios para as modalidades paralímpicas não são a longo prazo e geralmente, duram em torno de 1 ano ou 2 anos. Ele ainda explica que todas as federações têm o direito ao uso do centro de treinamento  e que podem escolher dias para realizar os treinamentos. “Eu costumo dizer que a vida é assim, tem horas que nós temos vontade de largar tudo. Mas, nos agarramos naquele pontinho de esperança. Nós nunca perdemos, ou a gente ganha ou a gente aprende.”, finaliza Alex.

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