23.05.2025

Alumni Highlights Felipe Martins ’24

Olhando para trás, percebo que minha trajetória até a Beacon foi ao mesmo tempo única e parecida com a de outros alunos: cada uma com suas singularidades. No meu caso, cheguei a São Paulo após sete anos vivendo nos Estados Unidos, em meio à pandemia, e buscava uma escola que oferecesse continuidade ao ensino em inglês que eu tinha no exterior. A Beacon surgiu como uma entre várias opções de escolas bilíngues, mas acabou se tornando a escolha certa.

Minha adaptação não foi imediata. Eu era muito tímido e tinha dificuldades com a Língua Portuguesa, o que impactava praticamente todas as matérias, exceto o Inglês. Além disso, o nível de independência exigido na Beacon era algo completamente novo para mim, o que me intimidava. Aos poucos, no entanto, esses obstáculos foram superados. As redações semanais com correções detalhadas dos professores de português, aliadas à carga horária dedicada à disciplina, foram fundamentais para meu progresso na língua. Já a questão da autonomia foi trabalhada ao longo do tempo, com momentos marcantes como minha participação na STEAM Fair. Naquele evento, desenvolvi um aquecedor de água em PVC e me senti, pela primeira vez, parte de um grande projeto. A responsabilidade me assustava, mas também me motivava. Lembro da sensação de marcar reuniões no Design Lab e da empolgação de apresentar meu protótipo.

No segundo semestre do Y10, iniciei o IB Diploma, um dos programas internacionais mais desafiadores e respeitados. Tivemos que escolher as matérias que cursaríamos até o fim do Ensino Médio, entre obrigatórias e eletivas. Na época, planejava estudar Arquitetura na faculdade e, por isso, optei por uma combinação pouco comum: Mathematics Analysis and Approaches HL e Visual Arts HL. Ao longo dos dois anos de IB, percebi que minha afinidade era maior com a parte técnica do que com o lado artístico do curso, o que me levou a redirecionar meus planos profissionais para a Engenharia Civil.

O IB foi uma das experiências mais significativas da minha vida escolar. O aumento da carga de trabalho, o currículo exigente e o alto nível de autonomia exigido foram, ao mesmo tempo, desafiadores e enriquecedores. Hoje, vejo que saio da escola com habilidades que nem todos os alunos de outras instituições tiveram a chance de desenvolver, o que certamente me ajudará nos primeiros anos da faculdade. Além disso, as dificuldades enfrentadas durante o IB fortaleceram os laços da minha turma, criando uma verdadeira rede de apoio entre os colegas.

Embora nunca tenha sido muito envolvido com atividades extracurriculares, na Beacon tive a oportunidade de participar e até organizar vários projetos. O BMUN, modelo de Nações Unidas da escola, foi a atividade mais marcante para mim. Participei primeiro como delegado e depois como chair, moderando os debates. Também fiz parte de clubes como a Matemateca, o School Journal, o grupo de sustentabilidade e fui representante de sala por um ano. Cada uma dessas experiências contribuiu de forma única para meu desenvolvimento pessoal e profissional, fortalecendo habilidades em escrita, matemática, organização de eventos e relações interpessoais.

Destaco ainda duas viagens de campo que fizeram parte da minha jornada na Beacon: uma à Floresta Amazônica e outra ao Sertão Nordestino. Ambas foram experiências ricas, que proporcionaram contato direto com diferentes realidades sociais e ambientais, além de fortalecerem o espírito de grupo entre alunos e professores.

No futuro, pretendo cursar Engenharia Civil na University of Florida, com início previsto para agosto de 2025. Enquanto esse momento não chega, estou estagiando na Beacon como assistente do Lucas Sousa, no departamento de University and Career Counseling, o que tem sido uma oportunidade valiosa de aprendizado e retribuição à escola.

Por fim, gostaria de encerrar dizendo que, embora tenha buscado palavras para definir minha experiência na Beacon, percebo que o próprio lema da escola já traduz muito bem o que vivi aqui. Ainda assim, acrescento minhas próprias palavras: ótima educação internacional, vivência brasileira, identidade Beacon.