
18.06.2025
A Beacon recebeu a educadora, jornalista e escritora Carolina Delboni para conversar com famílias e alunos sobre esse tema tão importante para nossos adolescentes.
Vivemos uma adolescência hiperconectada, exposta e sob vigilância constante. Os adolescentes de hoje crescem em um mundo acelerado, competitivo e digital, onde cada gesto ou palavra pode ser compartilhado, comentado ou julgado. A pressão estética, acadêmica, emocional e social é intensa e, mesmo com inúmeras conexões virtuais, sentimentos de solidão e ansiedade são frequentes.
Nesse cenário, microviolências — ofensas sutis, brincadeiras pejorativas, exclusões sociais e comentários depreciativos — acabam se normalizando. Frases como “é só uma piada”, “todo mundo fala assim”, ou “não foi por mal” mascaram comportamentos que, mesmo sem intenção clara de ferir, causam impactos significativos na autoestima e no bem-estar emocional de crianças e adolescentes.
A escola reconhece que esses comportamentos são prejudiciais e que cabe à comunidade escolar — professores, coordenadores e famílias — atuar com firmeza e empatia para preveni-los e enfrentá-los. Documentos institucionais, como o Código de Ética e a Safeguarding Policy reforçam o compromisso da Beacon em manter um ambiente respeitoso e inclusivo, livre de discriminações, bullying e assédio. Ao atuarmos em parceria, ajudamos a formar cidadãos mais conscientes, empáticos e respeitosos. Conforme destacado na Behavior Matrix da Beacon, é fundamental promover atitudes respeitosas e restaurativas que promovam o diálogo, a escuta ativa e a responsabilização para fortalecer vínculos e resolver conflitos colaborativamente. Em vez de punir, o foco deve estar no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, na compreensão das consequências, nas soluções para reparar o dano e na construção de uma convivência ética e responsável.
É importante lembrar que microviolência não é “coisa boba” e que minimizar essas situações apenas reforça o silêncio e a normalização da agressão. Frases como “crianças sendo crianças” ou “isso é brincadeira de menino” não cabem mais. Quando adultos naturalizam essas condutas, adolescentes tendem a não falar sobre o que estão vivendo.
O papel dos pais e mães é essencial. É preciso criar em casa um espaço de escuta ativa, sem julgamento, onde sentimentos e conflitos possam ser compartilhados. É necessário também estar atento aos comportamentos e falas dos filhos, corrigindo comentários ofensivos, questionando atitudes excludentes e, acima de tudo, sendo exemplo de respeito e empatia no dia a dia, dentro e fora da escola.
Ensinar empatia — colocar-se no lugar do outro — é uma das ferramentas mais poderosas para combater as microviolências. E isso se aprende em casa e na escola, pelo exemplo e pelo diálogo constante. As famílias devem reforçar com os filhos que todas as relações devem ser baseadas no respeito, que piadas têm limites e que a diversidade é uma riqueza, não um motivo para ofensa.
A adolescência é um período de formação ética e emocional. O modo como os jovens aprendem a se relacionar hoje impactará todas as suas relações futuras.
Que possamos construir juntos, escola e família, um ambiente onde cada jovem se sinta seguro para ser quem é, onde o erro se transforme em aprendizado, onde o cuidado com o outro esteja sempre em primeiro plano e onde a palavra-chave seja sempre o respeito — nas relações presenciais e digitais.
18.06.2025
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