
18.06.2020
A quarta edição do Beacon Teen Talks teve como tema central a infodemia, ou a pandemia de informações, e seus desdobramentos. O jornalista e educador Alexandre Sayad, diretor da ZeitGeist, apresentador do programa Mídia Mundo, no Youtube, e co-chairman da aliança mundial da Unesco para educação midiática (GAPMIL), conversou com a diretora da Beacon Vera Giusti.
O bate-papo girou em torno da intensa exposição às informações, facilitada pelos meios digitais, da quantidade de notícias falsas que circulam nas redes e dos efeitos desse fenômeno na sociedade atual e na formação do senso crítico de jovens e adultos.
Sayad diz que o momento em que vivemos é o auge da “desinformação”. Com o advento da internet, temos mais acesso às informações, mas também estamos expostos a um excesso de dados diários, cuja confiabilidade é duvidosa. “Nossa sensação é que temos mais acesso às notícias, mas temos dificuldade em classificá-las como confiáveis e também de absorvê-las, devido ao volume esmagador de dados que são publicados diariamente. ”
Ele também ressalta que o fenômeno das fake news é apenas uma parte do conceito de desinformação, que se intensificou com o advento da tecnologia. “A Unesco sublinha que as fake news são aquelas notícias inventadas propositalmente para prejudicar alguém, uma empresa, um país ou uma instituição. Pode ser um site falso com viés prejudicial criado simultaneamente a uma fonte de informação oficial, ou um robô que dissemina informações automaticamente para manchar a reputação de alguém ou de uma instituição”, diz.
A desinformação também pode vir de uma notícia parcialmente correta ou fora de contexto. Como o Brasil está passando por um momento conturbado, Sayad também enfatiza que esse cenário pode facilitar a deterioração das mensagens por meio dos canais por onde passa, como em uma versão high tech da brincadeira de telefone sem fio.
Para que as pessoas possam ter mais tranquilidade quanto ao tipo de informação que estão consumindo, o especialista dá algumas dicas para avaliar se a notícia é de fato confiável. “A boa notícia é aquela que é bem apurada e relatada por vários ângulos. O trabalho da imprensa é procurar as fontes e as diferentes versões dos fatos para compor um retrato próximo do fato real. Quando nós compartilhamos notícias baseadas em fontes não plurais, percebemos que somos também agentes da desinformação, e isso é prejudicial para a sociedade”, destaca.
Para evitar o agravamento desse cenário, é importante ter um pensamento crítico bem desenvolvido junto à escola e à família. “A formação do pensamento crítico vem da exposição às fontes confiáveis e plurais de um fato, e com base na análise individual de ler, analisar e criticar a mídia. Não podemos desenvolver nosso pensamento crítico somente no cenário on ou off-line. ”
Sayad enumera cinco passos para avaliar uma informação e como proceder em relação a ela: “avalie as fontes; se as fontes se complementam e formam um olhar prismático sobre o assunto; avalie também se está dentro do contexto atual e adequado; verifique sua origem, se está assinado por alguém; Julgue se o tema te tocou pelo lado emocional e avalie novamente se não é algo em que você queira acreditar – por exemplo, a cura de uma doença; o último ponto é avaliar se ela será útil caso compartilhada e se vai ajudar a comunidade”.
Sobre as influências do momento atual, Sayad diz que nosso comportamento deve mudar também em relação à informação “A pandemia mudou o jeito da gente se relacionar com a sociedade e com nossos hábitos, como por exemplo lavar as mãos mais criteriosamente; no caso das fake news nós também temos de mudar os hábitos: criar uma nova rotina de leitura, gastar algum tempo checando as informações”, completa.
Você pode acompanhar aqui o vídeo da live na íntegra
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